Reunião de Antropologia do Mercosul aprova moção de solidariedade ao povo palestino
Reunidos na Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói, no Rio de Janeiro/Brasil) neste mês de agosto, os antropólogos e antropólogas presentes na XIV Reunião de Antropologia do Mercosul aprovaram uma moção de solidariedade ao povo palestino. Citando as "práticas hediondas de apartheid no século XXI", o conjunto de acadêmicos/as advoga pelo enfrentamento das formas contemporâneas do racismo e colonialismo.
"São inúmeras as sociedades científicas que vêm aderindo ao movimento iniciado em 2005, o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções). O chamamento do BDS é amplo e constitui um passo importante para um debate público visando interpelar mundialmente discursos hegemônicos em diferentes âmbitos da vida econômica e social. Boicotes são instrumentos contra hegemônicos frente a regimes que se assentam no colonialismo e em práticas estatais de apartheid", aponta o comunicado político.
Leia a íntegra da moção:
Moção em solidariedade ao povo palestino, pelo enfrentamento das formas contemporâneas do racismo e colonialismo
Em agosto de 2023 em Niterói/RJ/Brasil, a XIV RAM reuniu antropólogos/as/es de países do Sul Global. Ciente dos crimes contra a população autóctone da Palestina durante a Nakba (1948- a catástrofe), afirmamos o compromisso de rememorar os danos causados pelas práticas militaristas de limpeza étnica no século XX, e declaramos nossa solidariedade ao povo palestino.
Este é um compromisso público e acadêmico com a luta anti-racista.
Construir muros, checkpoints e modos cotidianos de ocupação e subalternização de populações originárias, configura uma atualização perversa de práticas hediondas de apartheid no século XXI.
São inúmeras as sociedades científicas que vêm aderindo ao movimento iniciado em 2005, o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções). O chamamento do BDS é amplo e constitui um passo importante para um debate público visando interpelar mundialmente discursos hegemônicos em diferentes âmbitos da vida econômica e social. Boicotes são instrumentos contra hegemônicos frente a regimes que se assentam no colonialismo e em práticas estatais de apartheid.
Os/as/es antropólogos/as/es reunidos na RAM se somam a um debate qualificado sobre a descolonização em prol de sociedades atravessadas pela guerra permanente, atingidas pela desumanização e a constante ameaça à dignidade e as suas vidas.
Paz e justiça para Palestina.
XIV Reunião de Antropologia do Mercosul